QUINTA-FEIRA, JULHO 02, 2009
HOMOFOBIA - ASSASSINOS DE EDSON NERI ESTÃO SOLTOS
Edson Neri da Silva ( primeira foto), foi assassinado por um grupo de skinheads ( foto acima ) na praça da República, em 06 de fevereiro de 2000, por estar andando de mãos dadas com um outro homem.Os assassinos estão todos soltos.
Histórico
Rapaz é condenado a 3 anos e 4 meses em prisão domiciliar pela morte de homossexual
O 1º Tribunal do Júri do Fórum da Barra Funda condenou ontem a 3 anos e 4 meses em regime de prisão domiciliar o skinhead Jorge Conceição Soler, de 21 anos, acusado de participar do assassinato do adestrador de cães Edson Neri da Silva, 35, em 6 de fevereiro de 2000. Soler foi sentenciado por 7 votos a 0 por crimes de formação de quadrilha e tentativa de homicídio do companheiro de Silva, Dário Pereira Neto. A pena, no entanto, será de 1 ano e 8 meses, em prisão domiciliar, pois o réu çolaborou com a policia e já estava preso.
Desde o inquérito, Soler foi o único entre os 18 acusados a confessar a participação no caso. Ele admitiu ter agredido Neris, mas negou a agressão a Silva. Ontem, ele reafirmou o que havia dito à polícia. Segundo Soler, havia cerca de 30 pessoas, integrantes de grupos de carecas, na Praça da República, onde ocorreu o crime. Eles caminhavam pelo local quando um canteiro obrigou o bando a dividir-se em duas turmas. Em seguida, encontraram Neto e Silva, passeando de mãos dadas. De acordo com o réu, cada grupo correu para cima de um. Os skinheads discriminam os homossexuais. Neto conseguiu fugir após as agressões. Silva foi morto a socos e pontapés.
Soler repetiu os nomes das pessoas que participaram do espancamento. Contou que pelo menos dez pessoas do grupo agrediram Silva. Depois, cinco continuaram dando socos e pontapés até que não esboçasse nenhuma reação.
Ao juiz, Soler enfatizou a participação dos carecas Juliano Filipini, de 29 anos, e José Nilson Pereira Silva, de 28. Eles teriam sido dois dos cinco que agrediram Silva até a morte. O julgamento do quarto skinheads durou cinco horas. "Para mim, parecia uma eternidade", disse a mãe de Soler, Neusa. O pai, Roberto Soler, disse, porém, que a preocupação não acabou. Ele teme que o filho sofra represálias por parte do grupo delatado. "Já saímos de nossa casa e decidimos mudar para o interior. "O próprio Soler admite ter medo. "Já recebi ameaças, mas não podia ficar calado."
O promotor Marcelo Camargo Milani, apesar de concordar com as condenações, disse que vai avaliar o prazo de reclusão oferecido pelo juiz Luís Fernando Camargo de Barros Vidal. Ele tem cinco dias para recorrer da decisão. Compreensão - Entre o público que assistiu ao julgamento estavam a irmã do adestrador Benedita Silva e sua sobrinha Viviane Eusébio. "Esse rapaz foi muito corajoso. Sem ele, seria mais um crime impune", disse Benedita. Para Viviane, aos poucos a justiça está sendo feita. "Quero ver todos condenados." Até hoje, dois skinheads - Filipini e Pereira Silva - foram condenados a 21 anos de prisão. O terceiro julgado, Marcelo Pereira Martins, de 21 anos, foi absolvido da acusação do assassinato, mas culpado por formação de quadrilha e recebeu liberdade provisória. Em setembro, outros integrantes do grupo deverão ir a julgamento.
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