quarta-feira, 23 de março de 2011

Brasil: epicentro de assassinatos de LGBTs?


Brasil: epicentro de assassinatos de LGBTs?

No dia 2 de março, uma câmera de segurança flagrou a execução brutal de Priscila, uma travesti de 22 anos, em Belo Horizonte, MG. Menos de 24 horas depois, outra travesti foi baleada na mesma cidade e na semana seguinte, mais uma foi assassinada em São Paulo, e seu corpo jogado num terreno abandonado.
Dono do maior índice de violência transfóbica do mundo, o Brasil registra uma explosão de homicídios de pessoas LGBT – mais de 250 no ano passado. O clima não é nada amigável para transexuais e travestis, lésbicas, gays e bissexuais no Brasil. À medida que essa violência brutal vai crescendo, vidas de LGBTs estão sendo literalmente ceifadas nas ruas do país que é considerado líder global na defesa dos direitos humanos e que tem no Rio de Janeiro o título de melhor destino gay do mundo.

Desde 2006, algumas lideranças no Senado tentam aprovar o Projeto de Lei da Câmara que puniria os crimes de ódio contra LGBTs e poria mais pressão nas polícias locais no sentido de proteger esta população. No entanto, devido a acordos estabelecidos durante a campanha presidencial, a presidente Dilma Roussef tem se omitido a esse respeito. Em nome de acordos políticos para garantir sua eleição, a presidente se afasta do prometido papel de “mãe do povo brasileiro”, e vem permitindo que continuem os ataques violentos por motivação transfóbica, lesbofóbica e homofóbica de que temos notícias todos os dias.
Se milhares de nós, no Brasil e no mundo inteiro, dedicarmos um momento de nossos dias para lembrar a vida roubada de Priscila e nos opusermos ao ódio contra transexuais, travestis e homossexuais, podemos influenciar a presidente Dilma a seguir o caminho da justiça e proteger pessoas como Priscila e tantas outras que diariamente arriscam suas vidas simplesmente ao colocar os pés fora de casa. Você dedicaria um instante para pedir à presidente Dilma que declare imediatamente seu apoio a esta lei que poderá salvar vidas? É uma pequena ação que poderá fazer uma enorme diferença:
www.allout.org/br/priscila
A batalha contra a transfobia, a lesbofobia e a homofobia no Brasil não se limita apenas ao poder legislativo. Um movimento contrário aos avanços conquistados por grupos que lutam pela igualdade de direitos espalha-se também pelas redes sociais. Em novembro de 2010, o termo “homofobia sim!” apareceu como um dos dez mais mencionados no Twitter no país, acompanhado por uma onda de mensagens de ódio, tais como “homossexuais são o câncer desse país” e “mate um viado, vamos fazer um favor a ele porque eles vão queimar de qualquer jeito”.
Quando este tipo de discurso violento toma as ruas, a imprensa rapidamente trata de lançar a culpa sobre a pessoa que sofreu o ataque, especialmente quando se tratam de mulheres transexuais e travestis como Priscila. Descrevem-nas como vítimas de um estilo de vida clandestino, associado a drogas e prostituição. Porém, o problema maior combina uma cultura e um sistema legal que sinalizam à população que atacar e até matar pessoas LGBT não é nada de mais – “deixa pra lá”. Apenas no último fim de semana, mais dois homicídios brutais ocorreram: uma travesti morreu baleada em São Paulo, e um homem gay foi esfaqueado e teve os olhos arrancados, aparentemente caracterizando mais um crime de ódio, no estado do Amazonas, região norte do Brasil.
A lei em tramitação no Senado não vai apagar a homofobia da sociedade, mas vai transmitir uma mensagem poderosa dizendo que LGBTs brasileiras e brasileiros são iguais a todas as pessoas diante da lei, merecem os mesmos direitos e proteções que todas as demais cidadãs e cidadãos do Brasil.
Você vai assinar esta carta à presidente Dilma pedindo que ela declare publicamente seu apoio à aprovação dessa medida desesperadamente necessária o mais rápido possível? Se alcançarmos 10 mil assinaturas, iremos com os demais grupos defensores dos direitos LGBT no Brasil entregar a carta diretamente à presidente Dilma.

www.allout.org/br/priscila
“Este foi um assassinato muito cruel, não podemos deixar que isso continue acontecendo”, disse (a) Anyky Gonçalvez de Lima, uma ativista travesti com o Centro de Luta Pela livre Orintação Sexual de Belo Horizonte/MG. Anyky lembra de como Priscila gostava de se divertir, de seu senso de humor. “Se não lutarmos contra isso, as meninas vão continuar morrendo”.
Assine agora, por Priscila e por brasileiras e brasileiros que lutam pelo direito de viver sem ataques de ódio.
Tudo de bom e vamos All Out!
Andre, Jeremy, Joseph, Prerna, Tile, Wesley e toda a equipe de All Out.
www.allout.org
All Out está juntando pessoas em todos os cantos do planeta e de todas as identidades – lésbicas, gays, heterossexuais, transgêneros e todas as variações possíveis entre essas e além – para construir um mundo onde todas as pessoas possam viver livremente e sejam acolhidas por serem quem são.

FONTES:
Reported Deaths of 91 Murdered Trans Persons from November 20th 2009 to November 19th 2010
http://www.transrespect-transphobia.org/uploads/downloads/TMM/TvT-TMM-TDOR2010-Tables-en.pdf
Marta Suplicy acredita que novo Senado é favorável à lei anti-homofobia
http://www.dolado.com.br/noticias/marta-suplicy-acredita-que-novo-senado-e-favoravel-a-lei-anti-homofobia.html
“Governo Dilma: direitos humanos como foco”
http://dilma.pt/governo-dilma-direitos-humanos-como-foco
Você acha que não existe Homofobia? #HomofobiaNão #PL122Sim
http://www.youtube.com/watch?v=YG8EKh9RWXQ&feature=player_embedded#at=17
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