Os nazistas de Bolsonaro
De um lado, manifestantes gritam que "ser heterossexual não é ser radical".
Segundo o capitão da PM (Polícia Militar) Accarini, foram encontradas armas (não de fogo) de ambos os lados.
A polícia levou sete defensores de Bolsonaro para a delegacia, suspeitos de ter ficha de crimes de racismo. Alguns dos detidos traziam a palavra "skinhead" na camiseta.
'FORA KIT-GAY'
O grupo pró-Bolsonaro tem cerca de 40 pessoas (algumas mascaradas e de cabeça raspada) e, durante a manifestação, entoou algumas vezes o hino nacional. A certa altura, berravam: "Fora, kit-gay".
Também ostentam faixas em que pedem "fora, Battisti" (contra o ex-militante da extrema-esquerda italiano).
Outras bandeiras do grupo: "Pelo direito de educar nossos filhos" e "defendendo a família". São pleitos que vão de encontro às posições de Bolsonaro, abertamente contra demandas como casamento gay e adoção de filhos por homossexuais.
O grupo anti-Bolsonaro é mais numeroso: reúne em torno de 70 pessoas. "Racistas, fascistas, não passarão" é um dos gritos de guerra.
Os cerca de 100 policiais presentes na área não impedem episódios pontuais de violência. Um manifestante do "time Bolsonaro" foi hostilizado por estar próximo ao grupo contrário ao deputado. Ele tomou um tapa ao tentar fugir. Seu agressor estava mascarado.
Por volta das 11h30, a Folha contou apenas duas mulheres entre os pró-Bolsonaro. Nenhum negro.
Do outro lado, a divisão de gêneros é maior, embora haja pouca participação de negros.
De megafone em mãos, um dos simpatizantes do parlamentar, Eduardo Thomaz, 29, pedia "direitos humanos para humanos direitos". Segundo ele, há respeito à democracia e nenhuma oposição à outra ala da manifestação.
POLÊMICA
No mês passado, ao humorístico "CQC", Jair Bolsonaro respondeu à cantora Preta Gil como ele reagiria se seu filho se apaixonasse por uma negra.
"Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu."
No dia seguinte, o parlamentar disse que se confundiu: achou que a pergunta se referia a um hipotético caso homossexual de um de seus filhos, e não a um romance com uma mulher negra.
Depois, voltou à carga contra os gays em várias ocasiões --disse "se lixar para esse pessoal aí".
Somo um pais multi-facetado e de várias etnias. Fora com o racismo.
Bem como Cachorro Louco disse, dizer que é heterosexual é o mesmo que dizer que se é homofóbico?
Está sobrando coerção e faltando ordem.