“Deus nos Livre de um Brasil Evangélico” por Ricardo Gondim
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Ricardo Gondim: “Fui eleito o herege da vez”
Publicado por Jarbas Aragão em 23 de abril de 2011, sábado. Às 09:00, dentro de Crentes no lance | 37 Comentários
Texto de Gerson Freitas Jr. publicado originalmente na Carta Capital
‘Deus nos livre de um Brasil evangélico?’ Quem afirma é um pastor, o cearense Ricardo Gondim. Segundo ele, o movimento neopentecostal se expande com um projeto de poder e imposição de valores, mas em seu crescimento estão as raízes da própria decadência. Os evangélicos, diz Gondim, absorvem cada vez mais elementos do perfil religioso típico dos brasileiros, embora tendam a recrudescer em questões como o aborto e os direitos homossexuais. Aos 57 anos, pastor há 34, Gondim é líder da Igreja Betesda e mestre em teologia pela Universidade Metodista. E tornou-se um dos mais populares críticos do mainstream evangélico, o que o transformou em alvo. “Sou o herege da vez”, diz na entrevista a seguir.
Carta Capital: Os evangélicos tiveram papel importante nas últimas eleições. O Brasil está se tornando um país mais influenciável pelo discurso desse movimento?
RG: Sim, mesmo porque, é notório o crescimento no número de evangélicos. Mas é importante fazer uma ponderação qualitativa. Quanto mais cresce, mais o movimento evangélico também se deixa influenciar. O rigor doutrinário e os valores típicos dos pequenos grupos de dispersam, e os evangélicos ficam mais próximos do perfil religioso típico do brasileiro.
CC: Como o senhor define esse perfil?
RG: Extremamente eclético e ecumênico. Pela primeira vez, temos evangélicos que pertencem também a comunidades católicas ou espíritas. Já se fala em um “evangelicalismo popular”, nos modelos do catolicismo popular, e em evangélicos não praticantes, o que não existia até pouco tempo atrás. O movimento cresce, mas perde força. E por isso tem de eleger alguns temas que lhe assegurem uma identidade. Nos Estados Unidos, a igreja se apega a três assuntos: aborto, homossexualidade e a influência islâmica no mundo. No Brasil, não é diferente. Existe um conservadorismo extremo nessas áreas, mas um relaxamento em outras. Há aberrações éticas enormes.
CC: O senhor escreveu um artigo intitulado “Deus nos Livre de um Brasil Evangélico”. Por que um pastor evangélico afirma isso?
RG: Porque esse projeto impõe não só a espiritualidade, mas toda a cultura, estética e cosmovisão do mundo evangélico, o que não é de nenhum modo desejável. Seria a talebanização do Brasil. Precisamos da diversidade cultural e religiosa. O movimento evangélico se expande com a proposta de ser a maioria, para poder cada vez mais definir o rumo das eleições e, quem sabe, escolher o presidente da República. Isso fica muito claro no projeto da igreja Universal. O objetivo de ter o pastor no Congresso, nas instâncias de poder, pode facilitara expansão da igreja. E, nesse sentido, o movimento é maquiavélico. Se é para salvar o Brasil da perdição, os fins justificam os meios.
CC: O movimento americano é a grande inspiração para os evangélicos no Brasil?
RG: O movimento brasileiro é filho direto do fundamentalismo norte-americano. Os Estados Unidos exportam seu american way of life de várias maneiras, e a igreja evangélica é uma das principais. As lideranças daqui Ieem basicamente os autores norte-americanos e neles buscam toda a sua espiritualidade, teologia e normatização comportamental. A igreja americana é pragmática, gerencial, o que é muito próprio daquela cultura. Funciona como uma agência prestadora de serviços religiosos. de cura, libertação, prosperidade financeira. Em um país como o Brasil, onde quase todos nascem católicos, a igreja evangélica precisa ser extremamente ágil, pragmática e oferecer resultados para se impor. É uma lógica individualista e antiética. Um ensino muito comum nas igrejas é de que Deus abre portas de emprego para os fiéis.
Eu ensino minha comunidade a se desvincular dessa linguagem. Nós nos revoltamos quando ouvimos que algum político abriu uma porta para o apadrinhado. Por que seria diferente com Deus?
CC: O senhor afirma que a igreja evangélica brasileira está em decadência, mas o movimento continua a crescer.
RG: Uma igreja que, para se sustentar, precisa de campanhas cada vez mais mirabolantes, um discurso cada vez mais histriônico e promessas cada vez mais absurdas está em decadência. Se para ter a sua adesão eu preciso apelar a valores cada vez mais primitivos e sensoriais e produzir o medo do mundo mágico, transcendental, então a minha mensagem está fragilizada.
CC: Pode-se dizer o mesmo do movimento norte-americano?
RG: Muitos dizem que sim, apesar dos números. Há um entusiasmo crescente dos mesmos, mas uma rejeição cada vez maior dos que estão de fora. Hoje, nos Estados Unidos, uma pessoa que não tenha sido criada no meio e que tenha um mínimo de senso crítico nunca vai se aproximar dessa igreja, associada ao Bush, à intolerância em todos os sentidos, ao Tea Party, à guerra.
CC: O senhor é a favor da união civil entre homossexuais?
RG: Sou a favor. O Brasil é um país laico. Minhas convicções de fé não podem influenciar, tampouco atropelar o direito de outros. Temos de respeitar as necessidades e aspirações que surgem a partir de outra realidade social. A comunidade gay aspira por relacionamentos juridicamente estáveis. A nação tem de considerar essa demanda. E a igreja deve entender que nem todas as relações homossexuais são promíscuas. Tenho minhas posições contra a promiscuidade, que considero ruim para as relações humanas, mas isso não tem uma relação estreita com a homossexualidade ou heterossexualidade.
CC: O senhor enfrenta muita oposição de seus pares?
RG: Muita! Fui eleito o herege da vez. Entre outras coisas, porque advogo a tese de que a teologia de um Deus títere, controlador da história, não cabe mais. Pode ter cabido na era medieval, mas não hoje. O Deus em que creio não controla, mas ama. É incompatível a existência de um Deus controlador com a liberdade humana. Se Deus é bom e onipotente, e coisas ruins acontecem., então há aluo errado com esse pressuposto. Minha resposta é que Deus não está no controle. A favela, o córrego poluído, a tragédia, a guerra, não têm nada a ver com Deus. Concordo muito com Simone Weil, uma judia convertida ao catolicismo durante a Segunda Guerra Mundial, quando diz que o mundo só é possível pela ausência de Deus. Vivemos como se Deus não existisse, porque só assim nos tornamos cidadãos responsáveis, nos humanizamos, lutamos pela vida, pelo bem. A visão de Deus como um pai todo-poderoso, que vai me proteger, poupar, socorrer e abrir portas é infantilizadora da vida.
CC: Mas os movimentos cristãos foram sempre na direção oposta.
RG: Não necessariamente. Para alguns autores, a decadência do protestantismo na Europa não é, verdadeiramente, uma decadência, mas o cumprimento de seus objetivos: igrejas vazias e cidadãos cada vez mais cidadãos, mais preocupados com a questão dos direitos humanos, do bom trato da vida e do meio ambiente.
- “A igreja deve se posicionar na sociedade na posição do serviço e não da conquista.”
( http://www.pavablog.com/2011/04/17/uma-igreja-des… )
Quando as igrejas estiverem lotadas de pessoas dispostas a servir e não a conquistar, ai sim o Reino de Deus realmente começará a ser estabelecido no coração de muitos brasileiros!
E a igreja deve entender que nem todas as relações homossexuais são promíscuas.
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"deus não abre a porta para os fiéis"-seria nepotismo, esse religioso procura ao menos uma #lógica #ética
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Link para este tweet: http://goo.gl/sUVX9
Na verdade o que acontece é a inversão dos valores. Muitos querem fama e Glória e não é isso que o verdadeiro evangélico prega. As pessoas não querem se converte a Deus mas querem que Deus se converta a elas !
Na palavra de Deus diz …"não por força e nem por violência mas pelo meu espírito" e muito querem convence na força de muitos argumentos mentirosos.
gálatas 1:8 " mas ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema."
Que Deus nos livre de todo mal amém !
E sim, Deus nos livre de um Brasil evangélico, dominado pelos "ungidos" e pelo obscurantismo. Não precisamos de outra Idade das Trevas!
QUEM ESTÁ AFINAL NO CONTROLE DO MUNDO , O DIABO OU DEUS ???
tito from brasília.
Eles são brasileiros, livres para escolher,é um segmento da sociedade,pagam impostos e são seres humanos.
Eu é que não vou praticar o homossexualismo, sou heterosexual até morrer, tá? E continuarei expressando a minha opinião contrária a quem pratica,mas eu não tenho o controle sobre a vontade de pessoas ou grupo de pessoas que querem praticar atos homossexuais – eu não tenho o poder de controlar,copiaram?
tito from brasília.
Pois se Deus se agradasse com isso não teria criado "Adão e Eva" . mais sim Adão e Ivo né e vice-versa !
Eu e meu marido frequentamos a Igreja Betesda há mais ou menos um ano e decidimos nos tornar membros recentemente. As suas mensagens e reflexões e também dos pastores Eliel e Willy sempre nos tocaram profundamente . Achamos na Betesda uma igreja que imaginávamos ser o nosso perfil.
Quando neste domingo (dia 24/04) o Sr. falou da entrevista à revista carta capital, ficamos ansiosos em ler e entregar a todos os nossos amigos cristãos e não cristãos e com orgulho dizer como a Betesda encara o cristianismo. Mas… ao ler a entrevista nos sentimos tremendamente decepcionados com alguns preceitos cristãos que , sinceramente , não abrimos mão. Quando o Sr. fala que é a favor da união homossexual , isso nos chocou , porque dizer que devemos amar essas pessoas é uma coisa , mas estar de acordo com a união é outra totalmente diferente. Nesse caso deveria haver leis para proteger todas as pessoas e não apenas um grupo. Mesmo porque , não existe necessidade de uma lei para isso, basta as pessoas irem a um cartório e passar seus bens para quem quiser. Sua posição vai contra tudo o que Deus abomina . Deus criou o homem e a mulher para se unirem e Jesus , pela dureza do coração do homem , permitiu a carta de divórcio. Na bíblia não se fala em união entre homossexuais, pelo contrário, não é preciso aqui citar as passagens pois o Sr. as conhece muito bem . O Sr. parece gostar que o chamem de herege e disse no púlpito que seria até um elogio, pois Jesus também foi chamado assim. Jesus quando andava no mundo , de fato, andava com os pobres, prostitutas , mas dava-lhes novas vidas e dizia para que não pecassem mais. É diferente de aceitar o pecado como algo absolutamente normal por estarmos em uma sociedade onde os valores mudaram.
Ao contrário, do que pensávamos não iremos mais mostrar a revista para as pessoas que conhecemos. Sei que o Sr. tem uma capacidade intelectual incrível, que gosta de literatura, filosofia, sociologia . Sei que escreve contos e poesias com grande conteúdo e isso é muito bom , nós também gostamos . Mas acredito que a palavra de Deus precisa estar a frente de tudo isso . Na entrevista e da maneira que está nos passa a impressão que o que está na bíblia não vale mais para os dias de hoje.
A mensagem de domingo de páscoa sobre a ressurreição , por exemplo, foi maravilhosa e tocou muitos corações. Também sabemos que é um homem de Deus e o defende com amor e ternura. Mas pare um pouco para pensar em suas ovelhas. Hoje foi um dia em que após uma mensagem maravilhosa e lermos a entrevista, vimos um pastor diferente do que imaginávamos, nos sentimos feridos por dentro. Nos sentimos confusos com muitas frases que colocou na entrevista , nos pareceu ser mais uma pessoa humanista falando, do que nosso pastor a quem queremos tão bem. Demos uma lida também em um texto seu ("Perdi a fé") creia Pastor Ricardo O Senhor Jesus , não opera milagres por baciada, é verdade, mas opera pequenos milagres em nossas vidas sim. Pastor Ricardo, sei que está enojado com tudo que está acontecendo no mundo evangélico, nós também estamos, mas nos permita uma observação. Volte às origens. E não entenda isso como uma crítica destrutiva. Só estamos aqui enviando uma mensagem que nem sabemos se vai responder, porque temos profundo respeito pela sua pessoa. O Sr. sabe que tem o poder de influenciar muita gente e o faz com categoria e elegância , não precisa causar tanta polêmica. Estamos nos sentindo desorientados. Não sei se o Sr. vai ler este comentário, ou vai se dar o trabalho de responder, pois como diz o aviso no site o Sr. recebe milhares de mensagens. Mas se eu fosse o Sr. responderia, pois com certeza um pastor não gostaria de perder nenhuma ovelha, principalmente se ela estivesse sem direção.
Demos uma lida também em vários comentários na internet sobre a entrevista e nos pareceu uma avalanche de acusações , que também nos causou grande desconforto. Ficaríamos indignados se não houvesse nenhum pronunciamento seu a esse respeito, pois ai estaríamos certos que o Sr. não se importa com quem lhe quer tão bem. O Sr. disse no púllpito que precisa que cheguemos junto com o Sr. e o ajude, no entanto não concordamos com a sua posição. Ou a revista não retratou sua real posição, ou sua posição não reflete a verdade que aprendemos na palavra de Deus.
Com respeito e amor
Iracema e Renê
Oi?
Quanto à promiscuidade, é verdade sim que nem todos os casais homo são promíscuos. Basta entender o que a palavra promiscuidade significa de verdade.
Não misturem convicções religiosas e doutrinárias com direitos civis e também cuidado com as fronteiras do significado das palavras.
Pois é, portanto, é verdade que nem todas as relações homossexuais são promíscuas. Concorda?
Apoio sim as palavras do Pastor Ricardo. E para quem não sabe a homossexualidade não é escolhida por aqueles que são, nem é culpa do abandono dos pais. O homossexual nasce assim, tem as estruturas do cérebro diferenciadas. Ou seja, eles são porque são. Cabe a nós respeitar. E não digo nem aceitar, porque nem todos aceitam completamente, mas o respeito é muito bom e com certeza todo mundo gosta. Se forem se unir por amor, se fizerem boas ações, se servirem a Deus acima de suas diferenças, porque o preconceito?
Por isto mesmo, não concordo com esta, entre outras, afirmações do querido Gondim.
Em seguida, pelo fato de que meu respeito por você não me impede de perceber o seu proceder. Jesus me alerta que não posso (mais um limite) e não devo julgar você, mas que eu serei conhecido pelas minhas obras. Muito embora respeite você, reprovarei as suas obras se forem dignas de reprovação. Isto é amor.
A favor da união homessexual?
Brincou né pastor?
Ele esta querendo dizer que: é só ir na Igreja e ter amigos que vão isso torna a pessoa evangélica.
(uma coisa banal…!!!)